Neste sábado, o judô brasileiro fez história ao conquistar três medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Paris, solidificando a maior campanha da modalidade em Jogos Paralímpicos. Os campeões Wilians Araujo, Arthur Silva e Rebeca Silva foram os protagonistas dessa conquista que eleva ainda mais o nome do Brasil no cenário esportivo.
Arthur Silva
Garantiu a medalha de ouro na categoria até 90 kg da classe J1, destinada a atletas cegos. Com uma performance impressionante, Arthur venceu todas as três lutas de forma convincente, todas por Ippon. Na fase decisiva, ele derrotou o britânico Daniel Pawell, reafirmando seu status de líder do ranking mundial. “Eu queria agradecer a todo mundo que está comigo desde 2007. Eu estava ansioso antes da luta, mas o nervosismo estava controlado e eu estava com muita, muita vontade de vencer”, disse o atleta, que perdeu a visão aos 18 anos devido à retinose pigmentar.
Wilians Araujo
Campeão mundial em 2023, também brilhou na competição, conquistando o ouro na categoria acima de 90 kg da classe J2, com uma sequência de vitórias extraordinária, onde só passou 2 minutos e 3 segundos no tatame durante todo o torneio. Na final, venceu o moldavo Ion Basoc, reafirmando sua superioridade. “A medalha vai para minha filha, é tudo para ela. Eu quero que ela tenha muito orgulho do pai que ela tem, uma pessoa com deficiência que conseguiu vencer no esporte”, comentou Wilians, que perdeu a visão em um acidente com espingarda aos 10 anos e começou a praticar judô aos 16.
Rebeca Silva
Completou a tripla coroação brasileira ao vencer a cubana Sheyla Estupian na final da categoria acima de 70 kg da classe J2. Rebeca, de 23 anos, mostrou resiliência ao garantir sua vaga na decisão após um emocionante triunfo na semifinal, onde conseguiu uma imobilização faltando apenas dois segundos. “Senti a pressão, mas trabalhei duro e estava determinada a vencer”, revelou a atleta.
Além dos oros, o Brasil também trouxe medalhas de prata e bronze.
Erika Zoaga
Garantiu a prata na categoria até 70 kg da classe J1, após ser superada pela ucraniana Anastasiia Harnyk na final. A atleta, que possui glaucoma, surpreendeu ao chegar até lá, tendo iniciado no judô aos 18 anos.
Marcelo Casanova
Levou o bronze na categoria até 90 kg da classe J2. O jovem gaúcho de 21 anos, que tem deficiência visual devido ao albinismo, demonstrou grande habilidade ao derrotar o italiano Simone Canizalli na disputa pela medalha.
Com um total de cinco medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e uma de bronze, o judô brasileiro se despede das Paralimpíadas de Paris com uma performance histórica, inspirando futuras gerações de atletas com deficiência.